Tecnologia, Missão e os Vetores que Defendem o Céu do Brasil
A Aviação de Caça ocupa um papel central na Força Aérea Brasileira (FAB). Ela é a linha de frente da defesa aérea do país, responsável por responder rapidamente a ameaças, interceptar aeronaves suspeitas, proteger eventos de grande porte e garantir que o espaço aéreo brasileiro permaneça seguro — 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Ao longo das últimas décadas, a FAB modernizou sua frota, incorporou tecnologias de última geração e desenvolveu doutrina própria. Hoje, a Força opera um conjunto de aeronaves que cobre desde o treinamento avançado, passando por operações de patrulhamento armado, até missões de combate de alta complexidade.
Neste artigo, destrinchamos cada aeronave da Aviação de Caça, com o objetivo de mostrar o que cada vetor faz, como se complementam e por que são essenciais para o país.
F-39 GRIPEN E/F — O Caça do Futuro
Designação FAB: F-39E / F-39F
Código Operacional: A42
Papel Operacional: Caça multimissão de 4,5ª geração
Esquadrão: 1º GDA – Anápolis (GO)

O F-39 Gripen representa o maior salto tecnológico da aviação de combate brasileira desde a criação da FAB. Com radar AESA, guerra eletrônica avançada, capacidade de fusão de dados e integração com mísseis de longo alcance como o Meteor, ele coloca o Brasil em um patamar semelhante ao de grandes forças aéreas modernas.
O Gripen foi escolhido não apenas pela performance, mas também pelo acordo de transferência de tecnologia que permitiu à Embraer e engenheiros brasileiros participarem profundamente do projeto. É uma aeronave pensada para defender um território continental, com alta eficiência operacional e custo de hora de voo reduzido.
Por que ele é decisivo para a FAB:
- Responde a ameaças em longas distâncias.
- Opera com sensores de última geração.
- É o vetor primário da defesa aérea nacional pelas próximas décadas.
F-5EM/FM TIGER II — O Guardião Incansável
Designação FAB: F-5EM / F-5FM
Código Operacional: A11
Papel: Caça leve modernizado
Esquadrões: 1º/14º GAV, 1º/1º GAVCA e 1º GDA (em transição)

Apesar de mais antigo, o F-5M ganhou vida nova com o programa de modernização brasileiro. Recebeu radar multimodo, cockpit digital, sistemas de comunicação criptografada e armamentos guiados.
Graças à sua manobrabilidade e custo operacional relativamente baixo, o F-5 se tornou o principal vetor de interceptação nacional por décadas — e ainda cumpre esse papel até a consolidação completa dos Gripen.
Seu valor para a FAB:
- Alta disponibilidade operacional.
- Capaz de interceptar aeronaves de interesse rapidamente.
- Mantém a doutrina de caça ativa enquanto o Gripen expande sua frota.
A-29 SUPER TUCANO — O Multiemprego que Também Forma Caçadores
Designação: A-29A / A-29B
Código Operacional: A29
Papel: Ataque leve, interceptação de baixa performance e treinamento avançado
Esquadrões: Diversos, incluindo o 3º/3º GAV (Amazônia) e AFA (treinamento)

O A-29 é uma das aeronaves militares brasileiras mais bem-sucedidas. Robustez, baixo custo de operação e alta capacidade de emprego armado tornaram o Super Tucano um símbolo do poder aéreo brasileiro.
Ele atua em duas frentes:
1) Formação de pilotos de caça
É no A-29 que o piloto aprende combate ar-ar, manobras básicas de combate (BFT) e emprego de armamento.
2) Patrulhamento armado e interceptação amazônica
É o vetor principal contra o tráfego aéreo ilícito, graças à capacidade de operar em pistas curtas e persistir por horas no ar.
Por que ele é indispensável:
- Treina o piloto que depois voará Gripen.
- Intercepta aeronaves ilegais na faixa amazônica.
- É uma plataforma confiável e exportada para vários países.
Como esses vetores se complementam
A Aviação de Caça da FAB forma um ecossistema coerente:
- A-29 prepara o piloto.
- F-5M mantém a prontidão e cobertura nacional.
- F-39 Gripen estabelece a superioridade aérea e consolida o poder dissuasório.
Juntos, eles garantem que o Brasil tenha uma força flexível, responsiva e moderna, capaz de atuar desde a proteção da fronteira até operações de combate complexas.








