Como Viajam as Autoridades do País
O transporte das mais altas autoridades brasileiras exige mais do que conforto: demanda segurança, confiabilidade, prontidão e a capacidade de representar o país em qualquer ambiente, seja em um deslocamento urbano, seja em uma missão diplomática intercontinental.
Esse papel é cumprido pelo Grupo de Transporte Especial (GTE), uma das unidades mais estratégicas da Força Aérea Brasileira. A seguir, você conhece todas as aeronaves que compõem a Aviação de Estado, responsáveis por conduzir líderes civis e militares com precisão e discrição.
Aeronaves de Asa Fixa – Transporte Oficial
VC-1A – Airbus A319CJ
Designação: VC-1A
Código Operacional: C1A

O VC-1A é a aeronave presidencial do Brasil e o vetor mais emblemático da Aviação de Estado. Baseado no Airbus A319 Corporate Jet, ele foi configurado para missões de longo alcance, oferecendo suíte presidencial, sala de reuniões, área de trabalho e sistemas de comunicação segura — itens essenciais para garantir a continuidade do comando do país mesmo em voo. Embora tenha a fuselagem do A319 comercial, o layout interno é exclusivo: autonomia estendida para voos intercontinentais, sala de reuniões, espaço de trabalho, cabine privativa, sistema de comunicação criptografado.
Capaz de cumprir missões diplomáticas e viagens oficiais com alto nível de segurança e representatividade, o VC-1A é o símbolo máximo do transporte governamental brasileiro, levando o país ao encontro de chefes de Estado, fóruns multilaterais e compromissos internacionais estratégicos.
Graças aos tanques suplementares e modificações de long range, o VC-1A possui capacidade de voar até 12 horas, podendo cruzar o Atlântico sem escalas — algo impossível em um A319 comum sem alterações.
VC-2 – Embraer 190 (E190)
Designação: VC-2
Código Operacional: A21

O VC-2 é o jato executivo que atende à maior parte dos deslocamentos oficiais dentro do Brasil e pela América do Sul. Enquanto o VC-1A é Airbus, o VC-2 é um produto nacional, o que reduz custos de suporte e reforça a indústria aeronáutica do país.
Adaptado a partir do Embraer 190, ele combina eficiência, conforto e autonomia suficiente para conectar Brasília às principais capitais do continente sem escalas. Com cabine configurada para missões governamentais e operação mais econômica que a do VC-1A, o VC-2 é o vetor ideal para agendas intensas, viagens de trabalho e compromissos institucionais que exigem discrição, pontualidade e confiabilidade.
O GTE opera duas aeronaves VC-2, permitindo redundância, disponibilidade em agendas paralelas e divisão entre missões curtas, tanto internas quanto externas.
VC-99 – Embraer Legacy 600/650
Designação: VC-99
Código Operacional: A23

A família VC-99 representa a versatilidade dentro da Aviação de Estado. Os Legacy 600/650 oferecem autonomia adequada, excelente desempenho em pistas menores e agilidade para cumprir missões rápidas — características fundamentais para atender autoridades civis e militares em deslocamentos específicos.
O Legacy 600/650 oferece até 6,8 m³ de bagagem acessível em voo — algo raro até em jatos intercontinentais. Comparado com concorrentes (Gulfstream G450, Falcon 900), o Legacy 600/650: usa peças de cadeia já global (ERJ), consome menos e tem menor custo por hora
Com interior executivo e alta confiabilidade, os VC-99 são empregados em viagens de curta e média distância, especialmente quando a agenda demanda flexibilidade operacional e rapidez, sem abrir mão de segurança e eficiência.
Helicópteros – Mobilidade em Ambientes Urbanos e Missões de Alta Complexidade
Além dos jatos executivos, o GTE opera helicópteros essenciais para deslocamentos de curta distância e operações em áreas urbanas — fundamentais especialmente no Distrito Federal.
VH-35 – Eurocopter EC135
Designação: VH-35
Código Operacional: H19

O VH-35 é o helicóptero leve responsável pelo transporte urbano de autoridades, sobretudo no Distrito Federal. Sua operação silenciosa, seu tamanho reduzido e sua elevada confiabilidade tornam o EC135 perfeito para trajetos curtos e diretos, conectando rapidamente Palácio do Planalto, Base Aérea de Brasília e outros pontos estratégicos da capital.
O EC135 foi um dos primeiros helicópteros leves a operar com aviônicos digitais completos (glass cockpit), com EFIS e sistemas integrados — um salto tecnológico para o segmento. É o vetor que vence o trânsito terrestre e garante mobilidade imediata em compromissos críticos, mantendo segurança e discrição.
Além da FAB, o EC135 é empregado: por polícias estaduais, por empresas offshore e em serviços aeromédicos
É um dos helicópteros bimotores leves mais populares do país.
VH-36 – Eurocopter EC725/H225M (Versão VIP)
Designação: VH-36
Código Operacional: H36

Diferente das versões de combate, SAR e CSAR, o VH-36 é configurado exclusivamente para transporte de autoridades em alto padrão, mantendo a mesma robustez militar da versão operacional.
O VH-36 é a versão VIP do H225M, configurada especialmente para missões de alto protocolo. Com cabine ampliada, assentos executivos, comunicações seguras e maior autonomia, ele é empregado em deslocamentos presidenciais e outras missões que exigem alcance superior e elevado nível de segurança.
É o helicóptero de grande porte da Aviação de Estado, capaz de cumprir operações complexas e longas, garantindo conforto, continuidade de comando e proteção em qualquer situação. Poucos países possuem aeronaves desse porte configuradas para transporte de chefes de Estado. O Brasil está no grupo seleto junto de França e alguns países do Golfo.
Conclusão: A Aviação que Representa o Brasil
A frota do GTE vai além do transporte de autoridades — ela viabiliza a continuidade operacional do Estado em tempo integral. Cada missão aérea desloca decisões estratégicas, agendas sensíveis e a presença institucional do Brasil em compromissos nacionais e internacionais. Dos helicópteros VH-35, utilizados em ligações rápidas e de alta disponibilidade, ao VC-1A, dedicado a operações de longo alcance e suporte ao mais alto nível governamental, cada vetor desempenha um papel específico dentro de uma arquitetura aeronáutica orientada à segurança, eficiência e prontidão. Essa estrutura garante que o processo decisório do país permaneça ativo, independentemente de distância, agenda ou cenário político.









